segunda-feira, 26 de setembro de 2011

HORMÔNIOS EICOSANÓIDES - PARTE I

      INSULINA, ÔMEGA 3 E RISCO CARDIOVASCULAR

               A maioria de nós já ouviu falar, ao menos uma vez, a palavra Insulina. Sabemos que a Insulina é um hormônio liberado pelo Pâncreas, que está relacionada com uma doença chamada Diabetes e que regula o nível de glicose no sangue (conhecido como Glicemia). Seu efeito, de modo bastante simplificado, seria assim: quando, em uma refeição ou lanche, ingerimos carboidratos (massas, doces, frutas, legumes, cereais), os mesmos são digeridos e absorvidos no nosso trato digestivo, aumentando os níveis de Glicemia. Ao ocorrer essa elevação da Glicemia, o Pâncreas é solicitado a liberar Insulina na corrente sanguínea. A seguir, a Insulina "retira" a glicose do sangue estimulando o seu armazenamento nas células do tecido adiposo, sob a forma de gordura (ácidos graxos). Entendemos, então, que, sempre que a ingestão de carboidratos for suficiente para estimular a liberação de Insulina pelo Pâncreas, resultará em acúmulo de gordura nas células do tecido adiposo. E a lógica nos diz que, quanto maior for a ingestão de carboidratos, maior quantidade de Insulina será liberada levando a um acúmulo maior de gordura no organismo. Seu efeito é contrabalançado por outro hormônio, o Glucagon, estimulado pela ingestão de proteínas. Pela ação do Glucagon o organismo acessa as gorduras de depósito e pode utilizá-las para a produção de energia. Então podemos dizer que o equilíbrio entre a ingestão de Carboidratos e Proteínas na alimentação é um fator primordial para o bom funcionamento do "eixo" Insulina-Glucagon, com a manutenção de níveis adequados de Insulina no sangue. Como dito acima, esse é um modo simplista de ver a Insulina.

               Há aproximadamente três décadas surgiram novas descobertas científicas que lançaram mais luz sobre a Insulina e seu papel no organismo. Mais especificamente, essas descobertas mostram esse hormônio como um dos fatores que aumentam o chamado Risco Cardiovascular. Estudos mostram que níveis elevados de Insulina na corrente sanguínea estão diretamente relacionados com a elevação da probabilidade de ocorrência de alguma patologia cardiovascular como Hipertensão Arterial, Infarto e AVC. E o mais importante, por não dizer preocupante, essa ação se dá através da instalação de um processo inflamatório crônico, difuso, progressivo e indolor que afeta os vasos sanguíneos, entre outras estruturas, denominado Inflamação Subclínica. Como esse processo vascular é, repito, progressivo e indolor, passa desapercebido (daí a sua denominação de subclínico) na maioria das vezes. De fato, estudos retrospectivos mostram um dado alarmante: em um grande percentual da casuística dos atendimentos de urgência e emergência, o sintoma inicial da Inflamação Subclínica afetando cronicamente o sistema circulatório chama-se Morte Súbita. E essa realidade não está distante de nós; basta lembrar de parentes, amigos ou conhecidos que, embora aparentemente saudáveis, sucumbiram a um Infarto ou AVC fulminante. Portanto, para melhor proteção da nossa Saúde e Bem Estar, é importante entender como a Insulina, um hormônio essencial ao nosso organismo, pode estimular essa Inflamação Subclínica e elevar a incidência de doenças Cardiovasculares. A resposta está nos Hormônios Eicosanóides e sua relação com o metabolismo da Insulina. E o que são Hormônios Eicosanóides, esses ilustres (ainda) desconhecidos para a grande maioria da população?          

               Em 1982 foi concedido o prêmio Nobel de medicina a John Vane, Sune Bergstrom e Bengt Samuelsson por suas descobertas iniciais sobre a estrutura e a função dos eicosanóides. O trabalho desses cientistas levou à compreensão de como os eicosanóides controlam praticamente todos os aspectos da fisiologia humana.Os eicosanóides são hormônios autócrinos (não circulam na corrente sangüínea) que atuam em concentrações incrivelmente baixas e se autodestroem em segundos. Esses fatores tornam seu estudo no corpo humano praticamente impossível. De fato, a maior parte do que descobriu-se sobre esses hormônios vem de estudos em laboratório. Anualmente novos eicosanóides têm sido descobertos assim como o importante papel desempenhado por esses hormônios no controle de outros sistemas hormonais.

               Os eicosanóides são formados a partir de um grupo singular de ácidos graxos essenciais poliinsaturados ("gorduras") contendo vinte átomos de carbono (Eicosa = vinte, em grego). A função dos eicosanóides, uma vez secretados pela célula, é testar o meio externo e reportar à célula o que há além de suas fronteiras. Por isso os eicosanóides podem ser vistos como os mediadores moleculares do estresse da célula. Se houver qualquer mudança no meio externo da célula, o eicosanóide, interagindo com seu receptor na superfície celular, pode modificar a reação biológica da célula. Como não existe uma "glândula" específica secretando eicosanóides (todas as células do organismo os produzem), não existe central que ative ou desative sua ação. A natureza resolveu o problema desenvolvendo diferentes tipos de eicosanóides que possuem ações fisiológicas diametralmente opostas. Assim, em uma abordagem simplificada, podemos ver essa "família" de eicosanóides como sendo composta de eicosanóides "bons" e "ruins". Do ponto de vista cardiovascular, as "linhagens" de eicosanóides "bons" causam vasodilatação e reduzem a agregação plaquetária, enquanto os "ruins" agem em sentido contrário (vasoconstrição e aumento da agregação plaquetária).

               O prêmio Nobel de medicina de 1982 proporcionou insights sobre a natureza molecular da doença crônica, redefinindo-a como o desequilíbrio nos níveis de eicosanóides. Em essência, quanto mais o equilíbrio dos eicosanóides pende para os eicosanóides "ruins", maior a probabilidade de desenvolvimento de doenças crônicas. Por outro lado, quanto mais o equilíbrio pende para os "bons" eicosanóides, maior o bem-estar e a longevidade da pessoa. Seguindo esse raciocínio, se você estiver sofrendo um enfarte, estará produzindo mais eicosanóides "ruins" (que promovem a agregação plaquetária e a vasoconstrição) e não estará produzindo eicosanóides "bons" em número suficiente (que impeçam a agregação plaquetária e promovam a vasodilatação). Se sofrer de hipertensão, está produzindo mais eicosanóides "ruins" (vasoconstritores) e eicosanóides "bons" em número insuficiente.

               Outras doenças crônicas também têm relação com esse desequilíbrio, como Artrite - maior produção de eicosanóides "ruins" (pró-inflamatórios) e eicosanóides "bons" (antiinflamatórios) em número insuficiente, Câncer - mais eicosanóides "ruins" (que deprimam a imunidade) e menos eicosanóides "bons" (que estimulem a imunidade), Diabetes do Tipo 2 - maior nível de eicosanóides "ruins" (que estimulem a secreção de insulina) que eicosanóides "bons" (que inibam a secreção de insulina) e o próprio envelhecimento - os eicosanóides ruins estimulam a reprodução do DNA celular, com o consequente encurtamento do telômero. Na verdade, praticamente todas as doenças crônicas podem ser redefinidas em termos de desequilíbrio de eicosanóides.

                E aonde entra a Insulina nesse jogo? Ela estimula a produção de eicosanóides "ruins" e também tem sua produção estimulada por eles, gerando um ciclo vicioso. Ou seja, níveis elevados de Insulina estimulam vasoconstrição e agregação plaquetária via Hormônios Eicosanóides, os quais, por sua vez, ajudam a manter a Insulina elevada. Embora os níveis sanguíneos aceitos como normais para a Insulina geralmente variem de 3,0 a 24,9 uIU/mL, estudos conduzidos pelo Dr. Barry Sears (médico e pesquisador do MIT - EUA) e outros cientistas apontam para um patamar de segurança bem inferior, em torno de 6,0 uIU/mL, acima do qual ocorre o estímulo para a produção dos eicosanóides indesejáveis e, portanto, Risco Cardiovascular.
              
               Todos os eicosanóides acabam sendo produzidos a partir dos ácidos graxos essenciais que o organismo não pode produzir e, portanto, devem ser obtidos por meio da alimentação. Esses ácidos graxos essenciais são classificados como ômega-3 (Ácido Alfalinolênico - ALA) ou ômega-6 (Ácido Linoléico - AL), dependendo da posição das ligações duplas entre os átomos de Carbono dentro deles. Nesse processo existem duas vias de grande importância que determinam a quantidade e qualidade dos eicosanóides a ser produzida. A primeira via, que é controlada pela enzima Delta-6-dessaturase, forma o Ácido Gamalinolênico (GLA) que origina o Ácido Dihomo Gamalinolênico (DGLA), precursor da maioria dos eicosanóides "bons" - antiinflamatórios, antiagregantes plaquetários e vasodilatadores. Essa via é inibida pela idade, ácidos graxos "trans" e infecções virais.

               A segunda via, controlada pela enzima Delta-5-dessaturase, nada mais é que a continuação da primeira, já que ela transforma o DGLA (produzido na via Delta-6 e precursor dos eicosanóides "bons") em Ácido Araquidônico (AA) precursor dos Eicosanóides "ruins" - pró-inflamatórios, agregantes plaquetários e vasoconstritores. Essa via é inibida pelos Ácidos Graxos Ômega-3 Eicosapentanóico (EPA) e Docosahexanóico (DHA) e pelo Glucagon, e estimulada pela Insulina.

               Então, podemos dizer que, para que o nosso organismo produza uma maior quantidade de Eicosanóides "bons" e uma menor de "ruins", o que precisamos fazer é frear a segunda via da cadeia de produção de Eicosanóides, aquela que transforma DGLA em AA. Alguns cuidados com relação à alimentação nos ajudam a pender a balança para a produção de Eicosanóides "bons", retardando ou prevenindo o aparecimento das doenças crônicas secundárias ao processo inflamatório subclínico. São eles:

               - reduzir o estímulo à elevação da Insulina e melhorar o estímulo para a liberação de Glucagon, ou seja, equilibrar a ingestão de carboidratos e proteínas. Estudos recentes indicam a relação de 3 gramas de proteína para 4 gramas de carboidratos (3:4) como a mais eficaz para manter a Insulina em níveis ótimos (< 6,0 uIU/mL). E o ideal é consumir carboidratos integrais, que são absorvidos mais lentamente e também retardam a liberação de Insulina.

               - equilibrar a oferta de ácidos graxos Ômega-6 e Ômega-3 na alimentação. Estudos na área de Paleontologia e Antropologia estimam em 1:1 a proporção de ácidos graxos ômega-6/ômega-3 consumidos pelo homem, desde o período neopaleolítico até o início do século passado. Até meados do século passado, a proporção aumentou um pouco, chegando a aproximadamente 4:1. Atualmente a proporção aumentou para quase 20:1, em função do rápido aumento no uso de óleos vegetais (ricos em ácidos graxos ômega-6, precursor de Ácido Araquidônico) e a correspondente diminuição no consumo de peixe (rico em ácidos graxos ômega-3, inibidor da produção de Ácido Araquidônico). A solução mais prática para equilibrar a relação Ômega-6/Ômega-3 (o ideal é até 3:1) na dieta é utilizar cápsulas de Ômega 3 purificado como suplemento alimentar e evitar frituras.

               - reduzir, ou mesmo evitar, o consumo de gorduras "trans" que inibem a enzima Delta-6-dessaturase e a formação de Eicosanóides. Mas como saber se estamos consumindo ácidos graxos do tipo trans? Basta procurar no rótulo dos produtos a expressão "gordura vegetal parcialmente hidrogenada". Se achar, com certeza o alimento em sua mão contém ácidos graxos do tipo trans.

               Para finalizar, uma observação pertinente. Adotar uma dieta equilibrada em suas relações Carboidratos/Proteínas e Ômega-6/Ômega-3 é, atualmente, a única forma de melhorar a formação de Eicosanóides "bons". Isso ocorre porque Hormônios Eicosanóides são inativos se administrados por via oral. Para serem eficazes, precisariam ser administrados diretamente por injeção arterial e não venosa. Essa característica, aliada ao fato de eles se autodistruirem em segundos, tem barrado o interesse da indústria farmacêutica no assunto até o presente momento.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

XENOESTROGÊNIOS - NOSSO FUTURO ROUBADO

Uma das ameaças mais graves à humanidade neste início do século 21 é a degradação ambiental decorrente das tecnologias que sustentam as lógicas da produção global. Elementos tóxicos potenciais causadores de doenças - desde alergias até mutações genéticas e cânceres - estão no ar, na água, nos alimentos, nas roupas, nos aviões, nos carros e em lugares insuspeitos de nossas casas, como o chuveiro elétrico.

            A revolução industrial foi o marco da emissão massiva de toxinas, a partir da queima de carvão e óleo. Mas hoje já há inúmeros outros agentes, mais perigosos, produzidos em escala mundial, progressivamente desde 1930.

Os Xenoestrogênios, também conhecidos como disruptores endócrinos, fazem parte de um grupo de várias centenas de substâncias químicas – tais como o policloreto befenilas (PCBs), ftalatos e as dioxinas – utilizados em tudo, dos agrotóxicos aos retardadores de chamas, dos cosméticos aos fármacos, equipamentos, aparelhos e embalagens feitas com plástico, isopor e alumínio, produtos de limpeza para casa e aromatizantes de ambientes. Alguns deles alteram as funções de alguns hormônios em animais e no homem, inclusive bloqueando sua ação normal ou interferindo em como eles são produzidos nos organismos. E vão desde os hormônios que regulam atividades como o crescimento e o desenvolvimento até o comportamento, sendo seu potencial de danos bem claro.

"Muitos destes químicos podem afetar o desenvolvimento desde o útero”, diz Andreas Kortenkamp, um toxicologista da London University's School of Pharmacy. "O problema é que estes efeitos não são detectados nas análises de rotina”, afirma. Isso ocorre porque os níveis considerados seguros, segundo as agências governamentais que regulam o uso dessas substâncias, são mais elevados que o nível necessário para causar as alterações bioquímicas progressivas que levarão finalmente a lesões irreversíveis no organismo, como malformações fetais. Além do efeito cumulativo individual, essas substâncias têm sinergismo entre si, onde o acúmulo de umas eleva o potencial lesivo de outras.

A conexão entre estas substâncias e os efeitos deletérios na vida selvagem já está bem definida: ursos polares pseudo-hermafroditas com micro-pênis, panteras com testículos atrofiados e trutas machos com ovas crescendo em seus testículos, além de jacarés-macho com características de fêmeas. Todos os fatos bem documentados como resultado dos disruptores endócrinos presentes no ambiente. As alterações que estão ocorrendo na natureza são uma vitrine dos nossos hábitos comportamentais e de consumo; a vida selvagem tem trazido, há muito tempo, alertas sobre os efeitos gerados pelos disruptores endócrinos, já que existem inúmeros trabalhos apontando para os efeitos deletérios dos Xenoestrogênios desde 1950.

Cientistas têm suspeitado, há longo tempo, que a presença destes químicos é também responsável pela alta prevalência de problemas de fertilidade em homens e pelo aumento na incidência de cânceres de tireóide, de mama e testicular.

Em 2005, cientistas na América do Norte (Swan et al.) confirmaram este temor de que uma classe de químicos conhecidos como ftalatos – utilizados para deixar os plásticos mais maleáveis – causam danos ao desenvolvimento de meninos ainda no útero materno. Pesquisadores já sabem há tempos que altas doses desta substância são danosas, mas este último trabalho sugere que mesmo em níveis normais – aqueles comumente encontrados em brinquedos, sacolas plásticas e filmes plásticos para alimentos – podem causar rupturas no desenvolvimento de órgãos reprodutivos dos machos.

Indícios adicionais para uma feminização silenciosa foram detectados pelo médico dinamarquês Niels Skakkebaek, da Universidade de Copenhagen, que publicou estes dados, para discussão, na revista médica “The Lancet”. Desde 1940 o número de espermatozóides por mililitro cúbico de sêmen dos homens, reduziu-se à metade. Concomitantemente, avolumaram-se os casos de cânceres testiculares e as deformidades dos órgãos genitais.

Estes fenômenos, segundo Skakkebaek, têm o mesmo motivo: os homens e os animais machos estão expostos a níveis nunca antes existentes de substâncias que se assemelham a hormônios sexuais femininos. “A sexualidade masculina se afoga num mar de estrogênios artificiais”, diz Skakkebaek.

A habilidade destas substâncias sintéticas de imitar o comportamento dos estrogênios surpreendeu até os profissionais mais experientes. Normalmente os hormônios naturais têm suas funções bem específicas, induzem reações bioquímicas ao se encaixarem com precisão nos receptores protéicos presentes nas células. Mas os Xenoestrógenos, moléculas químicas artificiais, portam-se como embusteiros já que imitam a ação dos esteróides sexuais. Conseguem enganar processos orgânicos vitais fazendo com que o corpo acredite que são estrogênios endógenos naturais. Embora os estrogênios artificiais em sua estrutura química sejam, muitas vezes, bastante diferentes dos estrógenos naturais, conseguem se conectar aos receptores correspondentes e sinalizarem reações “feminizantes” para o corpo. Deslocando os hormônios verdadeiros para fora de sua rota natural, tornam-se ativos e aptos. Substituindo os hormônios naturais, estes impostores são capazes de enviar sinais errados para o receptor químico que transporta o hormônio natural, tomando seu lugar na rota metabólica em que trabalha. Em estudos conduzidos em laboratório, por exemplo, ratos machos tratados com dioxina comportaram-se como fêmeas em cio.

Vimos que a contaminação ambiental e, consequentemente, a dos nossos organismos, já atingiu níveis críticos. Para piorar a situação, ainda não existem políticas claras, de saúde ou ambientais, eficazes no combate e/ou redução da poluição ambiental com Xenoestrogênios. Então, o que podemos fazer para nos proteger dessa onda avassaladora que ameaça a própria sobrevivência da nossa e de outras espécies?

O uso de alguns suplementos pode auxiliar, desde que você não tenha alguma contra-indicação à sua utilização. O Indol-3-carbinol é um antiestrogênio que pode ser encontrado em verduras da família botânica das brássicas como o brócolis, a couve-flor e a couve-de-bruxelas. Ele altera a rota na qual o estrogênio é metabolizado no organismo, acelerando a eliminação de xenoestrogênios do nosso corpo. O consumo de altas quantidades de fibras pode baixar as concentrações estrogênicas no sangue, particularmente em mulheres na fase pré-menopausa. Outras substâncias naturais, como carnitina, arginina, zinco, selênio, vitamina B-12, os antioxidantes – glutatione e as vitaminas C e E – além da coenzima Q10, têm se mostrado reativadores tanto da contagem e mobilidade dos espermatozóides como da fertilidade masculina. Para saber se você precisa, ou pode, tomar esses suplementos, fale com seu médico e peça que ele solicite os exames necessários ou pertinentes ao seu caso.

Trocar utensílios e embalagens plásticas, de isopor e alumínio por vidro e inox também ajuda a reduzir a contaminação de alimentos e líquidos pelos xenoestrógenos acima citados. É indicado também substituir o detergente de pia por sabão de coco, assim como os filmes plásticos e papel alumínio por papel manteiga.

O item mais difícil de corrigir é o do uso de cosméticos. A quase totalidade deles contém, na sua formulação, derivados de petróleo que são fontes de Xenoestrógenos. Sabonetes e shampoos infantis podem ajudar, mas é contraproducente solicitar que as pessoas deixem de usar seus cosméticos, hidratantes, protetores solares, maquiagem, pasta dental, perfumes, desodorantes, etc.

Concluindo, esta contaminação de estrogênios ambientais é global. Está praticamente impossível escaparmos de um confronto com estas moléculas químicas. Entretanto, algumas mudanças de hábitos alimentares, substituições de utensílios domésticos e objetos de uso diário, e uso regular de antioxidantes, sejam o I3C como outros nutrientes, podem desempenhar um importante papel, protegendo-nos, ao menos parcialmente, dos efeitos perigosos gerados por tais ecoestrogênios. Então, vamos juntos pôr mãos à obra na busca de uma vida mais saudável para nós, nossos filhos e as gerações que ainda virão. Ainda há tempo de reaver nosso futuro roubado.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

TESTE - AVALIE O SEU NÍVEL DE ESTRESSE

COMO A REAÇÃO AO ESTRESSE ESTÁ AFETANDO VOCÊ?

Todos sabemos que estamos submetidos a fatores estressores e que eles, ao causarem alterações bioquímicas orgânicas via hormônios Cortisol, Adrenalina e Noradrenalina (vide texto COMO O ESTRESSE NOS ENGORDA E O QUE PODEMOS FAZER PARA REDUZIR SEU IMPACTO NA NOSSA SAÚDE), podem afetar nossa saúde e qualidade de vida. Mas, a questão é, será que sabemos o alcance, ou a importância, dessas alterações no nosso organismo? Será que você sabe como a reação ao Estresse crônico está te afetando? Utilize o questionário abaixo para descobrir o efeito do Estresse sobre você.
Marque 1 ponto para cada resposta positiva que você der às perguntas a seguir.  Ao concluir o questionário, consulte a chave de pontuação para se informar melhor sobre o seu estado de Estresse e o que deve ser feito para melhorar a sua saúde e qualidade de vida. Aprenda a se cuidar melhor.

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  • Sua pressão arterial é baixa?                                                              
  • Fica tonto(a) quando se levanta?                                                      
  • Já recebeu diagnóstico de hipoglicemia?                                          
  • Sente vontade intensa de comer alimentos doces ou salgados?                                                
  • Tem olheiras?                                                                                   
  • Sente dificuldade para adormecer ou acorda várias vezes durante a noite?           
  • Necessita utilizar medicamentos para ajudar a dormir? 
  • Costuma acordar cansado(a), tonto(a) ou dolorido(a)?
  • Apresenta cansaço mental, concentração dispersa ou confusão mental?
  • Apresenta dores de cabeça com frequência superior a uma por mês?
  • Contrai infecções de repetição ou com muita frequência?
  • Cansa-se facilmente ao praticar exercícios ou sente-se fadigado após se exercitar? 
  • Sente-se frequentemente estressado(a) ou ansioso(a)?
  • Mesmo cansado(a), sente dificuldade para relaxar continua ligado(a)?
  • Apresenta retenção de líquido (edemas) em alguma região do corpo?
  • Assusta-se facilmente, tem sensação de perigo iminente ou sofre ataques de pânico?
  • Costuma ter taquicardia ou palpitações?
  • Precisa tomar café pela manhã para acabar de despertar?
  • Apresenta baixa tolerância ao álcool, à cafeína e a outras drogas?
  • Costuma se sentir fraco(a), cansado(a) e/ou trêmulo(a)?
  • Transpira nas palmas das mãos e nos pés quando está  nervoso(a)?
  • Sente fadiga com frequência?
  • Sente fraqueza muscular com frequência?
  • Tem observado acúmulo progressivo de gordura corporal, especialmente abdominal? 
  • Tem observado perda de massa muscular ou falta de resultado com a musculação?  
  • Apresenta dificuldade para emagrecer, apesar de ter reduzido a alimentação e praticar atividade física?
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Veja como interpretar a pontuação obtida e o que deve fazer:
BAIXA: 0 a 3. Organismo ainda pouco alterado pelo Estresse. Mantenha hábitos alimentares saudáveis, pratique atividade física regularmente, cultive uma boa qualidade de sono e desintoxique seu organismo, livrando-se de maus hábitos como cafeína, fast-food, açúcar, álcool e fumo.
MODERADA: 4 a 6. Além de seguir as recomendações acima, adotar medidas mais específicas como:
            - Identifique e reduza as causas de Estresse: os fatores de Estresse podem ser psicossociais ou físicos, e bastante variados. Entre os fatores psicossociais, temos trabalho, relacionamentos, problemas financeiros, filhos, problemas psicológicos, baixa auto-estima, etc. Entre os fatores físicos podem estar sobrepeso, obesidade, doenças crônicas, alergias, insônia, má alimentação, uso de drogas lícitas e/ou ilícitas, etc. Prepare uma lista das coisas que o(a) estressam. Após identificá-las, planeje e implemente estratégias para eliminá-las.
            - Pratique técnicas de relaxamento: elas podem ser um excelente antídoto para o Estresse crônico, psicossocial ou físico. Várias técnicas podem proporcionar relaxamento, entre elas meditação, Yoga, exercícios de respiração, oração, Tai chi chuan, Qi gong, massagem, sauna e outros. Experimente e veja os benefícios que essas técnicas podem te trazer.
            - Coma alimentos que reduzem o Estresse e evite aqueles que o produzem. Os alimentos que pioram o Estresse e devem ser evitados são: carboidratos refinados, açúcares, álcool, fast-food, comidas gordurosas e salgadas, refrigerantes e outras bebidas que contenham cafeína. Já as vitaminas e sais minerais, Ômega 3 e outros antioxidantes, que podem ser encontrados em cereais integrais, frutas, legumes e verduras frescos, peixes frescos, nozes, castanhas e amêndoas podem ser bons aliados no combate ao Estresse crônico.
ELEVADA: 7 ou mais. Além de seguir as recomendações acima, adotar medidas mais específicas como:
            - Procure ajuda médica para tratar o quadro de Estresse. É aconselhável realizar um check-up, onde o médico irá solicitar exames específicos para diagnosticar e tratar o seu quadro de Estresse. A terapia medicamentosa inclui fototerápicos adaptogênicos (favorecem a adaptação ao Estresse), suplementos para amenizar o estresse (ajudam a desfazer os efeitos do Estresse físico) e, quando necessário, correção de outros desequilíbrios hormonais.
Conclusão, amigos. Embora não possamos nos isolar totalmente dos fatores estressores que nos cercam cotidianamente, podemos implementar ações e fazer escolhas sensatas que nos ajudem a diminuir o impacto desse grande inimigo no nosso organismo e, portanto, na nossa saúde e qualidade de vida.