segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Catequina galato e Cafeína: seu uso no controle de peso


A obesidade pode ser definida como o aumento excessivo da quantidade de gordura corporal, por isso questões relativas a sua  prevenção e tratamento, assumem cada vez  mais uma maior importância. A prevalência do sobrepeso e obesidade alcançou proporções epidêmicas nos últimos anos (Lin e colaboradores, 2005) e tem como causa o desequilíbrio entre a ingestão e o gasto calórico. Sendo assim, para produzir uma perda ponderal é necessário um balanço energético negativo que pode ser alcançado através da diminuição da ingestão ou pelo aumento do gasto calórico (Diepvens e colaboradores, 2005). Programas de redução de peso tais como: dietas de baixas calorias, modificações comportamentais e a prática de atividade física normalmente falham em alcançar a manutenção do peso perdido a longo prazo (Diepvens e colaboradores, 2005; Chantre e Lairon, 2002).  Devido a esse baixo índice de sucesso há um aumento do interesse sobre os efeitos dos potenciais termogênicos de muitos compostos extraídos de plantas, como a cafeína do café e chá verde, a efedrina da efedra, a capsacina da pimenta, e a epigalocatequina galato, do extrato de chá verde (Dulloo e colaboradores, 1999). 

A termogênese e a oxidação lipídica estão sob o controle do sistema nervoso simpático (Dulloo e colaboradores, 1999), e podem ser estimuladas pelo chá verde, por meio de seus dois ingredientes mais ativos: o polifenol de catequina e a cafeína. Vários estudos mostram que o uso combinado de epigalocatequina galato e cafeína aumentou o gasto energético de 24 horas.

Estudos também revelam que a ingestão habitual de cafeína pode anular o efeito do chá verde; baixos consumidores de cafeína apresentaram uma melhor manutenção de peso quando comparado com os altos consumidores, sugerindo que a suplementação com o extrato de chá verde é mais efetiva em indivíduos com baixo consumo de cafeína.

Outros estudos revelam que o uso de extrato de chá verde induz claramente a má absorção de carboidratos através da inibição das enzimas  α-amilase,  α-glucosidase, e dos transportadores sódio-glicose (Zhong e colaboradores, 2006), efeito benéfico a indivíduos obesos e diabéticos.

Os resultados de estudos in vitro com epigalocatequina galato evidenciaram que houve uma redução do tecido adiposo através da inibição da maturação de pré-adipócitos e do aumento da apoptose de células 3T3-L1 (Lin e colaboradores, 2005; Hung e colaboradores, 2005).

Concluindo, há evidências importantes de que o uso combinado de catequina galato e cafeína a longo prazo seja uma ferramenta útil dentro das inúmeras estratégias existentes para a redução de peso corporal e o controle da obesidade.

Fonte de consulta: EFEITO DA EPIGALOCATEQUINA GALATO DO CHÁ VERDE SOBRE A REDUÇÃO PONDERAL, A TERMOGÊNESE E A OXIDAÇÃO LIPÍDICA. Cintia Albuquerque Amorim, Michelle Agnes Pires Ferreira, Francisco Navarro. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 1, n. 6, p. 32-39, Novembro/Dezembro, 2007. ISSN 1981-9927.

IMPORTANTE: As informações disponíveis neste blog possuem apenas caráter educativo. Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e prescrever remédios. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

"SOBREPESO E OBESIDADE" - CAUSAS


Classificar o sobrepeso utilizando apenas o critério do Índice de Massa Corporal (IMC) induz a falhas pois o IMC nos mostra apenas a relação peso/altura e não o percentual de gordura corporal, que é o fator mais relevante para indicar sobrepeso em uma pessoa. Mulheres adultas devem manter seu percentual de gordura corporal entre 18 e 28%, enquanto homens adultos devem mantê-lo entre 10 e 20%. 

O verdadeiro sobrepeso ocorre quando há excesso no percentual de gordura corporal, ultrapassando os limites considerados saudáveis. Uma pessoa pode estar com o peso dentro do “normal” (indicado pelo IMC) mas possuir pouca massa muscular e tecido gorduroso em excesso. Nesse caso diz-se que a pessoa é uma “falsa magra”. Esse quadro é mais comum em mulheres mas, também, ocorre atualmente com relativa frequencia em homens. Por outro lado existem aquelas pessoas cujo IMC mostra sobrepeso, ou mesmo obesidade mas, na realidade, possuem uma excelente massa muscular e seu tecido gorduroso permanece dentro de percentuais adequados.

O ganho de peso geralmente é um evento multifatorial, envolvendo vários aspectos da rotina ou estado de saúde de uma pessoa. Embora a causa principal realmente seja o aumento da gordura corporal, alguém pode aumentar seu peso por estar retendo líquidos no corpo ou ganhando massa muscular ou óssea. Uma pessoa pode aumentar a gordura corporal por diferentes razões, embora a Obesidade primária (ganho de gordura corporal sem causa nosológica definida) seja a causa mais comum.  

Considera-se que a Obesidade primária ocorre por maus hábitos higienodietéticos aliados ao sedentarismo, mas é interessante frisar que esses são “gatilhos” pois, se o organismo estivesse funcionando de modo adequado, o sobrepeso não ocorreria. Após a puberdade, quando o corpo completa seu desenvolvimento e amadurecimento fisiológico, o esperado é a manutenção do peso em equilíbrio. Durante a vida adulta só existe uma fase em que o ganho de peso envolvendo aumento de gordura corporal é fisiológico e, mesmo assim, limitado: a gestação. Então, os hábitos que levam ao ganho de gordura corporal funcionam por haver uma alteração (ou mais de uma), ainda indefinida, na fisiologia orgânica. 

Várias pesquisas vêm sendo desenvolvidas no sentido de se descobrir a causa real da Obesidade primária e algumas descobertas importantes têm sido feitas. Em um futuro (próximo, espero) o verdadeiro mecanismo dessa condição será deslindado e o seu tratamento ou prevenção passará a ser eficaz e definitivo. Não devemos esquecer que as próprias mudanças de hábitos, podem, ao longo do tempo e mesmo de gerações, induzir alterações na fisiologia, que favoreceriam o aparecimento cada vez mais precoce da Obesidade primária. É só observar como nossos avós tendiam a ser mais magros do que os nossos filhos, considerando faixas etárias iguais.

Mas, além da Obesidade primária, existe a Obesidade secundária, resultado a curto ou longo prazo de distúrbios variados no organismo. Entre as causas de aumento secundário da gordura corporal estão:

- Distúrbios endócrinos: Síndrome metabólica e Hiperinsulinemia, Hipotireoidismo, Hipertireoidismo, Hipercortisolismo, Síndrome dos Ovários Polimicrocísticos, deficiência de Hormônio do Crescimento (GH), doenças hipotalâmicas.
- Efeito colateral do uso de alguns medicamentos: corticosteróides, anticoncepcionais hormonais, antidepressivos tricíclicos, insulina, anticonvulsivantes, lítio, ciproeptadina, ácido valpróico, antipsicóticos.
- Algumas síndromes genéticas: muito raras. Prader-Willi, Lawrence-Moon-Biedl.
- Cessação do tabagismo.

Conclusão: Embora a Obesidade primária seja, de longe, a causa mais freqüente de ganho de gordura corporal, sobrepeso e obesidade, devemos sempre tentar diagnosticar e tratar algum distúrbio de saúde de base que possa estar causando o ganho secundário de tecido gorduroso em qualquer pessoa que se apresente com essa queixa pois, nesses casos, o controle da gordura corporal e, consequentemente, do peso pode ser definitivo.


Fonte de consulta: Sintomas e Sinais na prática médica, Editora Artmed.

IMPORTANTE:
·         Os textos postados nesse blog têm caráter apenas informativo, não visando a indicação e/ou substituição de quaisquer tipos de terapias.  
·         Você deve, sempre, procurar seu médico para expor queixas, diagnosticar doenças, tirar dúvidas e/ou submeter-se a qualquer tipo de tratamento. 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

"OCITOCINA – MAIS QUE APENAS O HORMÔNIO DO PRAZER"


                A Ocitocina é um hormônio que está na mídia atualmente. Ganhou a fama de ser o “hormônio do prazer”, indicado para pessoas que estão com problemas na esfera sexual dos seus relacionamentos. É verdade que esse hormônio melhora a libido, a performance sexual e os orgasmos, mas a sua importância vai bem além, como veremos a seguir.

    A Ocitocina é um hormônio produzido no Hipotálamo, em áreas específicas denominadas Núcleos Paraventricular e Supraóptico, e estocado no lobo posterior da Hipófise de onde é liberado para a corrente sanguínea. 

                É um hormônio que tem importantes efeitos psicológicos e físicos no organismo, além de papéis específicos no corpo do homem e da mulher.

                  Entre os efeitos psicológicos da Ocitocina estão:
·         estimula a sociabilidade,
·        facilita a formação de laços de amizade e o estreitamento de ligações sentimentais,
·         melhora o humor e reduz a ansiedade.

                  Entre os efeitos físicos da Ocitocina podemos citar:
·       vasodilatação, aumentando o diâmetro das artérias, inclusive as Coronarianas, podendo prevenir Isquemia e reduzir a Pressão Arterial,
·        aumenta o suprimento sanguíneo para a pele, podendo acelerar a cicatrização de lesões,
·        aumenta a potência sexual, melhora a libido e aumenta o prazer durante o orgasmo,
·        pode induzir relaxamento muscular e reduzir a dor, efeitos potencialmente benéficos em pessoas com Fibromialgia,
·         estimula a produção de hormônios anabólicos (como IGF-1 e Testosterona) e reduz a produção de hormônios catabólicos (como Cortisol) reduzindo, assim, a perda de massa muscular.

     Em mulheres, especificamente, a Ocitocina estimula a lubrificação vaginal e facilita o orgasmo. De fato, quando em uso regular desse hormônio, as mulheres apresentam orgasmos mais rápidos e intensos, além de maior facilidade em atingir orgasmos múltiplos. 

    Nos homens, a Ocitocina aumenta a sensibilidade do pênis ao contato, melhora a lubrificação das glândulas penianas, a qualidade e freqüência das ereções, o orgasmo e a ejaculação. 

     Os sinais e sintomas mais comuns de deficiência de Ocitocina são:
·         isolamento social,
·         isolamento emocional,
·         humor triste e depressivo,
·         irritabilidade,
·         sensibilidade aumentada ao Estresse,
·         dificuldade em manifestar as emoções,
·         palidez cutânea,
·         olhos secos, pele ressecada,
·         tensão muscular,
·         distúrbios do sono,
·        aumento da sensibilidade à dor, dores musculares e “pontos” dolorosos (Fibromialgia),
·   em homens: baixa libido, baixa potência sexual, dificuldade de ejaculação, baixo volume de esperma, ausência ou dificuldade para atingir orgasmos,
·    em mulheres: baixa libido, ausência ou dificuldade para atingir orgasmos, baixa intensidade dos orgasmos.

    Se você apresenta alguns desses sinais ou sintomas, deve procurar seu médico e conversar a respeito da possibilidade de estar deficiente em Ocitocina pois, além de melhorar os sintomas que você possa estar apresentando, a deficiência crônica e não tratada de Ocitocina pode facilitar o aparecimento de outras patologias como Doenças Cardiovasculares, Infertilidade, Depressão, Transtornos Fóbicos/Ansiosos, Impotência Sexual, Frigidez, Fibromialgia.

     Existem alguns fatores que melhoram a produção e a ação da Ocitocina: contato físico, abraços, massagens, barulho, leitura, canto, intercursos sexuais, atividade física moderada e regular, alimentação balanceada (sem restrição calórica e rica em frutas, vegetais, carne, frango, ovos e peixe), momentos de diversão e relaxamento.

   De modo similar, existem fatores que reduzem a produção e a ação da Ocitocina: solidão, ansiedade, depressão, estresse crônico, outras deficiências hormonais (Estradiol, Testosterona e Hormônio do Crescimento, por exemplo), envelhecimento, sedentarismo, hábitos irregulares (fumo, bebida alcoólica, refrigerantes, açúcar, doces, carboidratos em excesso na alimentação).

   Quando necessária a reposição de Ocitocina a via mais indicada, por maior praticidade e melhores resultados, é a sublingual. A dosagem deve der ajustada de acordo com a resposta clínica, pois exames de dosagem de Ocitocina só estão disponíveis, até o momento, para laboratórios de pesquisa.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

"FITOTERÁPICOS QUE AUXILIAM NO EMAGRECIMENTO"

    A incidência de sobrepeso e obesidade vem aumentando em todo mundo, sendo considerada uma epidemia mundial. A obesidade reduz a qualidade de vida e aumenta o gasto público com pacientes porque está intimamente relacionada com doenças crônicas tais como diabetes e câncer (Calle et al. 2003; Kopelman, 2000). Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) a relação do peso (quilograma- Kg) pelo quadrado da altura (em metro-m), denominada como Índice de Massa Corpórea (IMC), é um bom indicador do estado nutricional de uma pessoa. Pessoas com IMC maior ou igual a 25 Kg/m² são classificadas como pessoas com sobrepeso e aquelas com IMC maior ou igual a 30 kg/m² são consideradas obesas (OMS, 2004). Mais confiável que o IMC é o Percentual de Gordura Corporal, indicado pela Bioimpedância, que é considerado saudável quando se encontra entre 10 e 20% para homens adultos e 18 a 28% para mulheres adultas.

    A Fitoterapia constitui, na atualidade, uma área do mercado em desenvolvimento, de reconhecimento legal e com repercussão na saúde publica. Uma das justificativas para esse crescimento do consumo é que mais pessoas tenham o desejo de retornar a uma forma mais natural de vida e há uma convicção crescente de que os produtos naturais são saudáveis e seguros. Mas devemos observar que os fitoterápicos, embora medicamentos naturais, não estão isentos de causar efeitos colaterais, principalmente se utilizados de maneira indevida.

    Falaremos hoje sobre "alguns fitoterápicos com características sacietogênicas".


PHOLIANEGRA

    A PHOLIANEGRA™ é um extrato produzido de plantas do gênero Ilex de origem indígena. Esta extrato padronizado contém entre seus fitoquímicos as metilxantinas, saponinas e pholianegrosides responsáveis por sua propriedade de perda de peso. O mecanismo de desaceleração do esvaziamento gástrico e conseqüente saciedade precoce foram propostos por Andersen & Fogh (2001).

    A PHOLIANEGRA contém também o cafeiol, ácido cafeico e clorogênicos, além de um elevado valor de ORAC que lhe confere propriedades antioxidantes e antiglicantes (Gugliucci, 1996). Os derivados de cafeiol são apontados como os responsáveis pela capacidade antioxidante do extrato (Filip et al., 2001), assim como as saponinas são ditas responsáveis pelo sabor amargo do extrato. Além disso, às saponinas são atribuídas propriedades anti-inflamatórias e hipocolesterolêmicas (Gnoatto et al., 2005). Em relação aos flavonóides, o extrato de Ilex p. é considerado um potente inibidor de radicais livres (Schinella et al, 2005), tendo seu efeito reconhecido tanto in vitro (Gugliucci, 1996) quanto in vivo (Mosimann, 2006). 
Observou-se que a Ilex p., reduz os níveis de colesterol e a gordura abdominal (Pedroso et al, 2010).

    Alguns estudos indicam que o fitoterápico PHOLIANEGRA™ é efetivo em reduzir o peso corporal de modo similar àquela promovida pelo medicamento Sibutramina.



PHOLIAMAGRA

    Coadjuvante natural para auxiliar no tratamento da obesidade, PHOLIAMAGRA® Extrato Seco é um fitoterápico padronizado extraído da planta Cordia ecalyculata Vell (Família botânica: BORAGINACEAE). Trata-se de um arbusto ou árvore pequena, conhecida como bugrinho, café-de-bugre, chá-de-bugre, claraíba, laranja-aperu, laranja-do-mato, limão-do-mato, louro-mole, louro-salgueiro e porrete.

    Cordia ecalyculata contém cafeína, alantoína, ácido alantóico, cloreto de potássio, taninos e óleos essenciais.

    A cafeína é classificada como alcalóide do grupo das xantinas, e possui ação termogênica, que acelera o metabolismo basal e auxilia o organismo a queimar os excessos. A cafeína ainda aumenta a produção de suco gástrico. A ação da cafeína no SNC aumenta a capacidade de atenção, a concentração, o humor, a liberação de catecolaminas, liberação de ácidos graxos livres, catabolização de triglicerídios musculares e redução da fadiga.

    A alantoína favorece a proliferação celular acelerando a regeneração da pele lesada e age nos vasos linfáticos, promovendo uma “drenagem”. É por isso que também auxilia amenizando a celulite. Diurética, auxilia na eliminação do excesso de líquido.

    C. ecalyculata tem as seguintes propriedades: supressora do apetite, diurética, redutora de depósitos de celulite por estimular a circulação, cardiotônica e energizante. Possui alta concentração de ativos como a cafeína e o ácido alantóico. Altas concentrações de cafeína - substância termogênica, estimulante do sistema nervoso central e também por ser levemente diurética, auxiliam na eliminação do excesso de líquido e também a reduzir a concentração de gorduras.

    Além da cafeína, esta planta apresenta quantidades significativas de potássio, que auxilia na compensação da perda de minerais relacionada com a ação diurética. A presença da alantoína e do ácido alantóico pode agir na redução da celulite e da gordura localizada. Seu efeito emagrecedor está associado a uma atividade inibidora no sistema nervoso central, agindo como supressora do apetite, contribuindo para uma maior queima de gorduras localizadas principalmente na região do abdômen.

    É indicada em dietas para a perda de peso (como supressor do apetite); como redutor do excesso de gorduras localizadas; no tratamento da retenção de líquidos e como tonificante muscular.


FENULIFE

    FenuLife® é um extrato padronizado produzido por exclusivo processo patenteado com alta concentração de galactomana do feno grego (Trigonella foenum graecum).A galactomana é um polissacarídeo tridimensional deestrutura ramificada que promove uma ótima capacidade de retenção de água, formando um gel viscoso.

    A galactomana do FenuLife® tem uma estrutura molecular única, na qual toda a molécula de manose é substituída por uma galactose. Essa estrutura molecular estável dá ao FenuLife® sua persistente atividade de ligação com a água no estômago e intestino, além de trabalhar mais rapidamente que outras fibras. Como FenuLife® apresenta uma incomparável capacidade de retenção de água, promove um efeito de “saciedade” no estômago e uma diminuição do esvaziamento gástrico.

    Auxilia no controle de peso: sensação de saciedade ou plenitude gástrica; auxilia no controle do índice glicêmico: diminui a velocidade do esvaziamento gástrico e consequentemente, a absorção de glicose; auxilia na prevenção do refluxo gastroesofágico (azia) diminui a produção excessiva de ácido e a massa viscosa impede que o suco gástrico volte até o esôfago.


FABULESS

    Fabuless® é um medicamento inovador, fabricado a partir de óleo de palma e aveia e comercializado em forma de um pó solúvel. A microestrutura de Fabuless foi desenvolvida para retardar a digestão das gotículas de óleo de palma no estômago e no intestino delgado. As gotículas passam relativamente intactas através da primeira parte do trato digestório para a parte distal do intestino delgado, o íleo. A gordura não digerida no íleo faz com que o indivíduo se sinta confortavelmente satisfeito. Este mecanismo de sinalização, também conhecido como "mecanismo de freio ileal", envolve o aumento dos níveis do hormônio da saciedade GLP-1 (Glucagon-like peptide-1), e causa um efeito sacietógeno, que comprovadamente faz comer menos. A composição de Fabuless é digerida normalmente mais adiante no íleo. Em outras palavras, ele prolonga o tempo em que uma pessoa leva para ficar novamente com fome novamente após fazer uma refeição, além de agir na quantidade de alimentos ingerida nas próximas refeições.

    Alguns estudos creditam ao Fabuless as seguintes propriedades:

    - Aciona o mecanismo de controle natural do apetite;

    - Aumenta a saciedade;

    - Reduz o apetite e o consumo calórico;

    - Reduz a circunferência abdominal e a gordura corporal;

    - Eficaz na redução e manutenção do peso corpóreo;

    - Efeitos duram de 4 a 8 horas, podendo se estender por mais tempo.

sexta-feira, 16 de março de 2012

"BUPROPIONA + NALTREXONA"
UMA ALTERNATIVA PARA O EMAGRECIMENTO

    Combinamos, no nosso último texto, de falar sobre o tratamento da Menopausa mas, em virtude da grande procura por informações sobre medicamentos para auxiliar na perda de peso, resolvemos intercalar um informativo sobre as mais recentes descobertas sobre drogas usadas para controle de peso.

    Após a proibição de quase todos os medicamentos utilizados no tratamento da Obesidade e do Sobrepeso, restaram poucas opções aos médicos da área e seus pacientes sobrepesados. Nem todos os pacientes conseguem usar Sibutramina ou Orlistat por longos períodos, ou suportar seus efeitos colaterais. E várias pessoas têm contra-indicações ao uso desses medicamentos.

     Vários fitoterápicos, como Slendesta, Citrus aurantium, Pholiamagra, Pholia negra, Garcínia, Cassialamina e Faseolamina, por exemplo, atuam como bons coadjuvantes no emagrecimento, mas existem aquelas pessoas nas quais eles causam pouco ou nenhum efeito. São aquelas que apresentam compulsão alimentar. Os mecanismos cerebrais de controle de apetite que, quando alterados, levam à compulsão alimentar parecem ser resistentes, em maior ou menor grau, à ação dos fitoterápicos.

    Imaginem pessoas que não podem, ou não conseguem, usar Sibutramina ou Orlistat, seja por terem alguma contra-indicação ao uso destas, ou por não suportarem os efeitos colaterais que acompanham o seu uso. Imaginem também que essas pessoas não têm uma boa resposta aos fitoterápicos (não porque sejam medicamentos  "fracos", mas porque não conseguem tratar a compulsão alimentar dessas pessoas). Fica complicado para médicos e pacientes, não?

    Uma boa notícia chegou ao meio médico, com relação ao tratamento desses pacientes. Durante alguns anos foram conduzidos estudos em busca de outras substâncias que pudessem atuar eficazmente como auxiliares no emagrecimento e que apresentassem menores efeitos colaterais. Entre essas substâncias, estudou-se a Bupropiona e a Naltrexona.

    A Bupropiona é um inibidor da recaptação de Dopamina e Norepinefrina, atualmente utilizada no tratamento de depressão e como coadjuvante da cessação do tabagismo. Seu efeito como agente redutor de peso quando usada de forma isolada já foi testado previamente, obtendo resultados apenas modestos. A Naltrexona é um antagonista de receptor opióide, inicialmente aprovado como tratamento da dependência aos opiáceos e, posteriormente, da dependência ao álcool. Estudos realizados em pequeno número de pacientes com a Naltrexona em monoterapia (usada de forma isolada) como agente antiobesidade foram frustrantes, mostrando pouca ou nenhuma redução do peso corporal ¹. Ou seja, quando usadas isoladas, essas substâncias mostraram efeitos modestos, ou nenhum efeito no tratamento do Sobrepeso e da Obesidade.

    Mas a associação das duas, que vem sendo estudada há alguns anos como potencial agente no tratamento da Obesidade, mostrou resultados diferentes. Apesar de essas drogas apresentarem pouca eficácia quando utilizadas isoladamente, o efeito sinérgico da sua associação realmente ajuda a perder peso. Seu mecanismo de ação se dá através das vias de regulação central e periférica do apetite.

    A ação da Bupropiona se dá através do aumento dos níveis de Dopamina e Norepinefrina, estimulando a atividade de determinados neurônios hipotalâmicos (localizados no núcleo do Hipotálamo, no Cérebro) cuja ação leva ao aumento do gasto energético e à redução do apetite. Teoricamente, então, a Bupropiona seria bastante eficaz na redução e no controle do peso. O problema com essa medicação é que uma das substâncias estimuladas pela Bupropiona, chamada Beta-endorfina (que é um opióide), age causando uma auto-inibição dos mesmos neurônios hipotalâmicos estimulados inicialmente pela Bupropiona e, em última análise, dos mecanismos cerebrais de ação da mesma, acabando por inibir parte da sua ação e reduzindo, assim, seus efeitos. Daí o resultado modesto da Bupropiona no tratamento da Obesidade e do Sobrepeso.

     Como a Naltrexona, sendo um antagonista de receptores opióides, inibe a ação dos receptores celulares para a Beta-endorfina, ela impede a sua ação inibitória sobre os neurônios hipotalâmicos, o que potencializa os efeitos da Bupropiona no emagrecimento. Resumindo, as duas substâncias agem de forma sinérgica, somando os seus efeitos e auxiliando a inibir os mecanismos centrais (cerebrais) de aumento do apetite ².

    Os estudos envolvendo Bupropiona e Naltrexona como terapia combinada para o tratamento de Obesidade e Sobrepeso mostrou resultados importantes:

- redução da circunferência da cintura;
- elevação do HDL-Colesterol (Colesterol "bom") e redução do LDL-Colesterol (Colesterol "ruim");
- redução da Glicemia de Jejum;
- aumento transitório da Pressão Arterial Sistólica no início do tratamento, voltando a mesma aos valores iniciais após aproximadamente 2 meses de tratamento;
- redução consistente do peso.

    Concluindo, a associação Bupropiona/Naltrexona pode ser bastante útil no tratamento da Obesidade e do Sobrepeso, especialmente naqueles pacientes com compulsão alimentar, que apresentam dificuldade em controlar o seu desejo por alimentos e acabam por desistir do tratamento. É essencial lembrar, porém, que quaisquer medicamentos utilizados para redução e controle de peso não dispensam a necessidade de seguir uma dieta balanceada e praticar atividade física regularmente.

Um grande abraço para todos,

Paula Figueirêdo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

¹ Greenway FL, Fujioka K, Plodkowski RA, Mudaliar S, Guttadauria M, Erickson r, Kim DD, Dunayevich E. Effeet of naltrexone plus bupropion on weight loss in overweight and obese adults (COR-I): a multicentre, randomised, double-blind, placebo-controlled, phase 3 trial, Lancet. 2010 Aug 21;376(9741):595-605. Epub 2010 Jul 29. Disponível em: http://mail.elsevier-alerts.com/ AEM/Clients/ELAOO 1/ Articles/nutrition_effect.pdf Acessado em: 28/07/2011.

² Billes SK, Greenway FL. Combination therapy with naltrexone and bupropion for obesity. Expert Opin Pharmacother. 2011

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

MENOPAUSA - FISIOPATOLOGIA E SINTOMAS

                Nesse segundo texto sobre Climatério e Menopausa, abordaremos a sua fisiopatologia, ou seja, quais as mudanças pelas quais passa o organismo feminino, o porque delas e quais problemas podem advir dessas mudanças. O grande responsável pelos sintomas que as mulheres apresentam no Climatério e após a Menopausa é a redução significativa e progressiva do hormônio Estradiol durante o processo de involução dos ovários. O Estradiol é um hormônio essencial ao corpo humano feminino, com mais de 400 funções anabólicas e de reparo. Com a redução, e posterior pausa da função ovariana de produzir Estradiol, as mulheres passam a apresentar diversas queixas, tanto físicas como psicológicas.
                O Estradiol tem ações importantes do aparelho circulatório feminino, na manutenção da saúde cardiovascular da mulher. Ele auxilia:
- na manutenção da elasticidade normal das artérias,
- na dilatação dos microcapilares e manutenção do fluxo sanguíneo,
- na inibição da agregação plaquetária,
- na redução da deposição das placas de ateroma, na redução do LDL-Colesterol e na inibição da sua oxidação,
- no aumento do HDL-Colesterol,
- na redução da Lipoproteína A, da Homocisteína e da Proteína C Reativa,
- no bloqueio dos canais de Cálcio, ajudando a manter a permeabilidade arterial.
                A redução, e posterior ausência, dessas ações do Estradiol durante o Climatério e após a Menopausa podem levar a:
- aumento do risco para doenças cardiovasculares como Hipertensão Arterial, Ateromatose e Acidentes Vasculares isquêmicos,
- palidez cutânea, mais facilmente observada na face.
                Com relação aos Sistemas Ósteoarticular, Muscular e Cutâneo, são as seguintes as ações do Estradiol:
- estimula a síntese de Miosina e previne o catabolismo muscular,
- mantém as concentrações fisiológicas de Colágeno na pele, contribuindo para a sua firmeza e elasticidade,
- mantém a hidratação natural da pele,
- mantém a densidade mineral óssea.

                Consequentemente, a falta de Estradiol durante Climatério e após a Menopausa pode levar a:
- perda de massa muscular, levando a flacidez muscular e à queda progressiva da Taxa Metabólica, o que também pode contribuir para o ganho de peso por acúmulo progressivo de gordura corporal,
- flacidez da musculatura abdominal e dores nas costas,
- flacidez da musculatura da bexiga com consequente urgência urinária,
- flacidez, atrofia, redução da hidratação e enrugamento da pele,
- redução da densidade mineral óssea, com perda de massa óssea (Osteopenia e Osteoporose) levando a aumento do risco de fraturas espontâneas e/ou provocadas por traumas, e reabsorção progressiva dos ossos Maxilar e Mandibular com consequente amolecimento e perda de dentes.
                O Estradiol ajuda a melhorar a Resistência Insulínica; sua queda, portanto, leva à Resistência Insulínica elevada, com estímulo para o aparecimento de Diabetes melito do tipo 2, Sobrepeso e Obesidade, acúmulo de gordura visceral e aumento do Risco cardiovascular.
                O Estradiol atua no Sistema Nervoso Central (SNC), ajudando a regular a temperatura corporal; sua deficiência leva ao aparecimento dos "fogachos" (ondas de calor súbitas e incontroláveis que ocorrem durante Climatério e até alguns anos após ocorrer a Menopausa).
                Em relação ao SNC, outras ações desse hormônio são:
- melhora o fluxo sanguíneo cerebral,
- estimula o sono REM 2,
- aumenta a produção dos NGF (Nerve Growth Factors),
- melhora o humor e eleva a capacidade de concentração,
- é um poderoso indutor da síntese de Serotonina, eliminando a irritabilidade e agindo como antidepressivo e ansiolítico,
- reduz a sensibilidade à dor.
                Sua falta, portanto, pode levar a:
- alterações do humor, com tendência a Depressão e/ou Irritabilidade,
- insônia ou sono leve, interrompido e não reparador,
- lapsos ou déficit importante de memória, redução das habilidades motoras finas e da criatividade.
                O Estradiol é responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários da mulher e também auxilia na manutenção da libido e da sensualidade feminina. Sua queda leva a:
- flacidez (queda) e achatamento das mamas,
- diminuição e achatamento dos mamilos,
- pelos corporais e púbicos se tornam mais grossos e escuros,
- perda de volume e redução do brilho dos cabelos,
- ressecamento e atrofia da mucosa vaginal, que pode levar a Dispareunia (dor ou desconforto durante as relações sexuais) e prurido vaginal,
- alteração da silhueta corporal, com perda do padrão de deposição de gordura corporal feminino (ginecóide) e mudança para um padrão de distribuição de gordura mais masculino (andróide), com afinamento de coxas e quadris,   alargamento da cintura, e face menos arredondada e mais angulosa.
- alteração do timbre de voz mais suave e agudo, feminino, para outro mais grave, masculino.
                 Continuaremos a falar sobre a Menopausa no próximo texto, que abordará o seu tratamento.

                   Paz e Saúde para todos,
                                                    Paula Figueirêdo.