terça-feira, 13 de dezembro de 2011

HIPOTIREOIDISMO - SINTOMAS E SINAIS


            O Hipotireoidismo (hipofunção tireoidiana) é uma patologia de início, na maioria das vezes, lento e insidioso. Um grande número de pessoas pode sofrer de Hipotireoidismo durante vários anos antes que seja feito o diagnóstico dessa doença pois sintomas  como constipação, intolerância a frio, queda de energia, ganho progressivo de peso e queda de cabelos podem ser discretos e passar desapercebidos por um longo período de tempo.

            Os hormônios tireoidianos são essenciais para o bom funcionamento do metabolismo orgânico intracelular e sua disfunção pode atingir o equilíbrio de outros hormônios, como Cortisol, Estradiol, Testosterona, etc. Assim, a hipofunção tireoidiana pode se manifestar através de uma sintomatologia bem diversificada. Segue abaixo uma relação de sintomas que podem estar relacionados com o Hipotireoidismo. Se você apresenta mais de 5 ou 6 dos sintomas listados a seguir, convém procurar seu médico e realizar alguns exames específicos para confirmar ou afastar essa hipótese diagnóstica.
     Leia com atenção a relação de sintomas abaixo e marque com um X aqueles que você apresenta:

(   ) Obesidade, sobrepeso ou dificuldade de perder peso
(   ) Hipotensão
(   ) Hipotermia
(   ) Intolerância ao frio
(   ) Hiporreflexia
(   ) Lentidão de movimentos
(   ) Letargia
(   ) Incapacidade de concentração
(   ) Depressão
(   ) Agitação
(   ) Fadiga matinal
(   ) Constipação
(   ) Cefaléia
(   ) Enxaquecas
(   ) Pele ressecada, rugosa
(   ) Queda de cabelos na área anterior e posterior da cabeça
(   ) Cabelos ressecados e esparsos
(   ) Perda de pelos em pernas, axilas e braços
(   ) Voz arrastada
(   ) Voz grossa
(   ) Ansiedade
(   ) Insônia
(   ) Pânico
(   ) Síndrome do túnel do carpo
(   ) Parestesias (dormências, formigamentos)
(   ) Unhas quebradiças, espessadas, estriadas
(   ) Irregularidades menstruais
(   ) Retenção hídrica, edema em pés, pernas, mãos e abdome
       (mixedema)
(   ) Má circulação
(   ) Livor (vasoconstrição irregular da pele, com aspecto
       “mosqueado”)
(   ) Extremidades frias
(   ) Hematomas espontâneos
(   ) Queratose em cotovelos (pele espessa e escamosa)
(   ) Mialgias e artralgias (dores musculares e articulares)
(   ) Fraqueza muscular
(   ) Câimbras
(   ) Bradicardia (frequência cardíaca lenta)
(   ) Rigidez articular matinal
(   ) Face edemaciada (“gordinha”)
(   ) Edema de pálpebras, queda da pálpebra, blefaroespasmo
(   ) Perda do 1/3 lateral das sobrancelhas
(   ) Afinamento e perda dos cílios
(   ) Baixa libido
(   ) Coloração amarelada da pele
(   ) Apnéia do sono
(   ) Endometriose
(   ) Infertilidade
(   ) TPM
(   ) Doença fibrocística das mamas
(   ) Cólicas menstruais
(   ) Abortos recorrentes
(   ) Menorragia
(   ) Hipercolesterolemia
(   ) Hiperinsulinemia
(   ) Hipoglicemia
(   ) Comissura labial virada para baixo
(   ) Acne
(   ) Alergias, tendência a desenvolver alergias
(   ) Acúmulo de gordura sobre as clavículas
(   ) Ressecamento, prurido e descamação do canal auditivo
(   ) Excesso de formação de cerúmen no canal auditivo
(   ) Tinitus (sons estranhos no ouvido)
(   ) Vertigem (as coisas saem de foco)
(   ) Tontura
(   ) Anemia por deficiência de ferro
(   ) Deficiência de B 12
(   ) Baixa amplitude das ondas teta e delta no EEG
(   ) Desordem bipolar, psicose esquizóide ou afetiva
(   ) Doenças Cardiovasculares, Infarto Agudo do Miocárdio,
       Arritmias, Hipertensão Arterial Sistêmica, AVC
(   ) Risco aumentado de desenvolver asma
(   ) Elevação discreta das enzimas hepáticas
(   ) Cálculos biliares
(   ) Infecções renais e vesicais (bexiga)
(   ) Apetite aumentado, desordens alimentares
(   ) Deposição de mucina no tecido conjuntivo (edema endurecido)
(   ) Noctúria (urina sempre e muito à noite)
(   ) Disfunção erétil
(   ) Alterações da estrutura óssea (osteopenia, osteoporose)
(   ) Ausência de sudorese

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SOBREPESO E OBESIDADE III - TRATAMENTO CLÍNICO

                Como já vimos em textos anteriores, o sobrepeso progressivo e a consequente obesidade são patologias multifatoriais e tratá-los apenas com redução da ingestão de alimentos e aumento da atividade física é uma abordagem simplista e, na maioria das vezes, fadada ao fracasso a médio ou longo prazo. Óbvio que a correção do padrão alimentar, que implica em uma provável redução da ingestão calórica, e a prática regular de exercícios físicos são essenciais no gerenciamento da perda de peso e na manutenção do peso ideal. Ocorre que podem não ser suficientes, e geralmente não o são, para corrigir os distúrbios metabólicos subjacentes ao ganho progressivo de gordura corporal.
                Vamos falar um pouco sobre a alimentação. Os hábitos atuais de alimentação deixam muito a desejar; com o estímulo exacerbado à ingestão de açúcar, sal e gorduras em excesso, além de um baixo consumo de fibras. Os alimentos industrializados geralmente seguem esse padrão; são práticos e saborosos, mas pouco nutritivos e repletos de substâncias estranhas ao nosso organismo como conservantes, corantes, acidulantes e aromatizantes que sobrecarregam o fígado e estimulam a produção de radicais livres em excesso durante a sua metabolização. Os radicais livres podem mediar o início de um processo inflamatório intracelular e contribuir para distúrbios metabólicos que induzem e mantêm o sobrepeso, como aumento da resistência à insulina e alteração no funcionamento dos hormônios tireoidianos (T3 e T4).
                O excesso de carboidratos e gorduras, em detrimento das proteínas, na dieta ocidental moderna leva diretamente ao desequilíbrio na função da insulina e consequente aumento da resistência insulínica que favorece o acúmulo de gordura intra-abdominal (gordura visceral) e o aumento do risco para desenvolver doenças cardiovasculares. A falta de fibras na alimentação favorece uma absorção mais rápida dos carboidratos e também facilita uma maior absorção das gorduras presentes nos alimentos. Além disso, uma dieta baseada, em grande parte, na ingestão de carboidratos dá uma sensação de saciedade de início rápido, mas momentânea, já que os mesmos são absorvidos mais rapidamente que as proteínas e gorduras, mas também são retirados da corrente sanguínea mais rapidamente, o que causa o retorno do apetite pouco tempo após a alimentação.
                Embora seja chato ficar remoendo um assunto do qual muitos já ouviram falar (e não gostaram, ou optaram por não dar a necessária importância), é necessário corrigir nossos hábitos alimentares. A alimentação mais adequada e saudável para o nosso organismo deve conter:
                - frutas, verduras, legumes e cereais integrais - são fontes de carboidratos ricos em fibras solúveis e insolúveis que retardam a absorção dos alimentos, prolongam a sensação de saciedade, reduzem a absorção de gorduras, melhoram o funcionamento do trato gastrointestinal e ajudam a regularizar os níveis de glicose, insulina, colesterol e triglicerídeos no sangue.
                - gorduras saudáveis como nozes, castanhas, amêndoas, abacate e azeite de oliva extra virgem - fontes de ácidos graxos Ômega 3, 6 e 9, ajudam a elevar o nível de HDL - colesterol (conhecido como colesterol bom), controlam processos inflamatórios no organismo e dão maior sensação de saciedade.
                - carnes magras, de preferência brancas - fontes de proteínas, sem o acréscimo desnecessário de gorduras saturadas nocivas à nossa saúde.
                Porque a prática regular de atividade física é essencial para ajudar a manter um peso saudável? Exercitar o corpo não ajuda apenas a queimar calorias extras durante os exercícios. Também é importante para:
                - melhorar a qualidade de sono - reduz a liberação de Ghrelina à noite (esse hormônio aumenta o apetite), facilita a liberação de GH (hormônio do crescimento que tem efeito lipolítico além de outras funções).
                - elevar a taxa metabólica basal (TMB) - a atividade física regular ajuda a aumentar e manter a massa muscular (maior fator a interferir na TMB), facilita a liberação de GH pós-exercício (lipolítico) e reduz o nível de estresse, controlando o nível de cortisol (o estresse eleva o nível de cortisol, que induz à perda de massa muscular e ao acúmulo de gordura visceral).
                O manejo correto de doenças de base, se houver alguma, é também essencial para conseguir resultados duradouros no controle do peso corporal. Condições como Estresse crônico, Hipotireoidismo, Menopausa, Andropausa, Fadiga Adrenal e outras, além do envelhecimento, podem coexistir com, ou mesmo causar, o sobrepeso progressivo e a obesidade. Identificá-las e tratá-las com a devida modulação hormonal pode ser o fator primordial para alcançar o sucesso ao tratar sobrepeso e obesidade em várias pessoas.
                Isso posto, vamos agora falar sobre algumas substâncias auxiliares no tratamento do sobrepeso e bem cotadas atualmente. Há várias décadas, várias substâncias naturais têm sido testadas como adjuvantes no emagrecimento, com efeito comprovado, embora permanecessem pouco conhecidas pelos profissionais da área. Também durante as últimas décadas, vários medicamentos têm sido amplamente utilizados no tratamento do sobrepeso como Femproporex, Anfepramona, Sibutramina e Orlistat. Com a decisão do Governo de proibir quase todos os medicamentos sintéticos (e alguns naturais como a Hoodia gordonii e a Caralluma fimbriata) utilizados para tratamento do sobrepeso, médicos e indústrias farmacêuticas têm voltado seu interesse para essas substâncias naturais, extratos de plantas, capazes de auxiliar efetivamente no emagrecimento.
                - Bauhinia oil extract (óleo essencial, extrato de Bauhinia) - ajuda no controle da resistência à Leptina (ver texto Sobrepeso e Obesidade II - Causas), melhorando a função dos receptores para Leptina de modo que o cérebro recebe mais rapidamente a sinalização de saciedade durante a refeição. Desse modo, nos satisfazemos com menores quantidades de alimentos.
                - Goya fruit extract (bitter melon) - ajuda no controle da resistência à insulina, aumentando a sensibilidade do organismo a esse hormônio. Bitter melon contém uma lectina com capacidade de se ligar aos receptores de insulina. Agindo nos tecidos periféricos reduz os níveis sanguíneos de glicose; simulando os efeitos da insulina no cérebro, ajuda a suprimir o apetite.
                - CinSulin (extrato aquoso de Cinnamon - canela) - ajuda a manter os níveis de glicose sanguínea dentro da faixa normal. É um termogênico leve.
                - Cocoa polyphenols (polifenóis do cacau) - inibem a lipase pancreática, a fosfolipase A2 e a alfa-amilase pancreática, enzimas que digerem carboidratos e gorduras no intestino, ajudando no controle do peso.
                - Fucus vesiculosus - alga rica em iodo, melhora a função tireoidiana em pacientes com Hipotireoidismo, estimulando uma maior produção de hormônios tireoidianos e uma elevação da taxa metabólica basal.
                - Raiz de gengibre - fitoterápico termogênico, aumenta a temperatura do corpo e o faz gastar mais energia. Acelera o metabolismo e a queima de gordura.
                - Citrus aurantium (laranja amarga) - o extrato dessa planta acelera o metabolismo, promovendo uma maior queima de calorias e, consequentemente, dos estoques de gordura do organismo. Além disso, o Citrus estimula a liberação de Adrenalina, o que pode estimular o aumento de atividade física e uma maior queima de gordura.
                - Camellia sinensis (chá verde) - devido ao conteúdo de polifenóis e de cafeína, é um termogênico que faz o corpo queimar 5% a mais de calorias durante o dia.
                - Ioimbina - é uma substância extraída da casca do Corynanthe yohimbe, uma árvore africana. Atua estimulando a lipólise, potencializando a queima de gordura e causando, assim, a perda de peso.