quinta-feira, 7 de março de 2013

DISRUPTORES ENDÓCRINOS E XENOESTRÓGENOS – PARTE 1


1 – O que são disruptores endócrinos?

São substâncias estranhas ao nosso organismo que, ao entrarem no nosso corpo, causam alterações importantes no nosso equilíbrio hormonal podendo levar ao envelhecimento acelerado, doenças degenerativas, obesidade, má formação fetal e distúrbios hormonais variados. Quando essas substâncias têm a capacidade de imitar, ainda que de modo imperfeito, a ação dos hormônios estrogênios, elas recebem o nome de Xenoestrógenos.

2 – Quais as fontes de disruptores endócrinos e Xenoestrógenos?

Agrotóxicos e fertilizantes, soja e derivados, corantes e conservantes usados em alimentos industrializados, hormônios sintéticos como Anticoncepcionais, panelas de alumínio, embalagens plásticas para acondicionar alimentos, embalagens de isopor e revestimentos de latas, revestimentos tetrapak para produtos de longa vida (ex: líquidos em caixa), filmes plásticos e papel alumínio para revestir alimentos. Utensílios de plástico e acrílico (copos, pratos, jarras, talheres) e saches para chá são também algumas das principais fontes.

Outras fontes também importantes são produtos químicos para limpeza doméstica como detergente, desinfetantes e desodorizadores em ambientes em sprays, e produtos para higiene pessoal como shampoos, condicionadores e sabonetes, perfumes e desodorantes antitranspirantes e produtos cosméticos em geral como esmaltes, maquiagem, batons, hidratantes e protetores solares também podem conter essas substâncias. A verdade é que podemos reduzir a nossa exposição aos Xenoestrogênios ambientais mas não conseguimos evitá-los completamente.

3 – Como esses disruptores endócrinos causam doenças no nosso organismo?

O nosso DNA (código genético) não conseguiu se adaptar às mudanças ocorridas no nosso estilo de vida nos últimos oitenta anos, com um consumo cada vez mais elevado de alimentos e outros produtos industrializados e sintéticos, além da crescente poluição ambiental. O nosso organismo não consegue expelir a contento as substâncias químicas que entram nele, derivadas dessas fontes, o que leva a um acúmulo progressivo e perigoso dessas substâncias dentro de nós, preferencialmente nas glândulas e tecido gorduroso.

4 – Como agem os Xenoestrógenos?

Os Xenoestrógenos, ao acumularem-se progressivamente no organismo, levam ao seguinte cenário: o organismo, masculino ou feminino, fica submetido de forma contínua a um elevado nível de substâncias com ação hormonal estrogênica. Como não são hormônios verdadeiros, não são detectados por dosagens hormonais rotineiras. É como se estivéssemos com níveis de hormônios estrógenos continuamente elevados, acima do normal, mas que não aparecem nos exames laboratoriais.

 Essas substâncias, dentro do organismo, imitam o estrogênio, enganando os receptores (portas por onde o hormônio entra nas células), porém ao entrar nas células, esses falsos hormônios, que agem como mensageiros bioquímicos, enviam mensagens erradas ao metabolismo celular e seus efeitos são nocivos para a saúde a médio e a longo prazos. 

No sexo masculino as alterações atribuídas aos Xenoestrógenos são: Hipotireoidismo e Nódulos, Cistos ou Câncer de Tireóide; queda na produção do hormônio Testosterona; redução da fertilidade (redução da quantidade e da qualidade dos espermatozóides) e da libido; Câncer de testículo e próstata e má-formação congênita do aparelho reprodutor em fetos do sexo masculino. Outras alterações aparentes podem ser decorrentes das mudanças progressivas dos caracteres sexuais secundários masculinos quando os meninos são submetidos a altas cargas de Xenoestrógenos ainda na sua gestação ou durante a infância: redução de pelos em mento e no tórax, rosto mais ovalado, voz mais suave e redução do tamanho peniano e testicular, entre outras.

 No sexo feminino vêm ocorrendo: puberdade precoce, declínio da fertilidade e aumento da ocorrência de Endometriose; Mioma uterino; TPM; Câncer de Mama; Ovários Policísticos e Câncer de Ovários; Hipotireoidismo e Nódulos, Cistos ou Câncer de Tireóide. 

Além dos problemas citados acima, os Xenoestrogênios ajudam a acumular gordura visceral (abdominal) relacionada a Obesidade, Diabetes, Hipertensão, Hipercolesterolemia e Risco Cardiovascular, além de acumular gordura em flancos e culotes.

Assim, os Xenoestrogênios são fantasmas assustadores e invisíveis e muitas vezes não nos damos conta de quão prejudiciais eles são, pois agem lentamente no organismo e nos envenenam aos poucos.

5 – É possível reduzir os males causados pelos Xenoestrógenos?

Sim, é possível. Após solicitar os exames necessários ao seu paciente, o profissional médico vai elaborar o esquema de tratamento. Pode-se reduzir os efeitos maléficos dos Xenoestrógenos de três maneiras.

- A primeira é identificar as fontes de contaminação e reduzir a exposição a essas substâncias, oferecendo alternativas viáveis ao paciente.

- A segunda é usar antioxidantes e suplementos para melhorar a função de detoxificação hepática e renal, ou seja, a capacidade do fígado e rins de eliminar a maior parte dessas substâncias do nosso organismo e assim minimizar os problemas a elas relacionados.

- A última é usar medicamentos específicos para melhorar a metabolização e eliminação dos Xenoestrógenos do nosso organismo, reduzindo assim o tempo de exposição do nosso corpo a eles.

3 comentários:

  1. Boa tarde, Dra.
    Existem protetores solares que não apresentam xenoestróenos?
    Att
    Amauri

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    Respostas
    1. Sim, aqueles á base de óxido de zinco ou dióxido de titànio NÃO nano por exemplo Badger ou Eco Cosmetics.

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    2. Sim, aqueles á base de óxido de zinco ou dióxido de titànio NÃO nano por exemplo Badger ou Eco Cosmetics.

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